quinta-feira, 28 de julho de 2016

81 ANOS DA CHEGADA DO TREM EM LONDRINA - PR.

Retornando ao dia 28 de Julho de 1935

NIGER MARENA

 Reflexão de um Museólogo



 “O passado é só o que existe! É o único
   capital de que dispomos.”
                                  Anatole France
                                  escritor francês
                                   1844 - 1924




            Iniciava-se o ano de 1935. Em função da Revolução Paulista de 1932 o Presidente Getúlio Vargas convocou em 1933 uma Assembléia Nacional Constituinte. Promulgada em 11 de Junho de 1934 era o texto legal o qual vigorava no país.

          Os trabalhos dessa Assembléia tiveram pela primeira vez a participação de uma mulher: a cientista Berta Lutz. É a primeira constituição que permite o voto feminino. Até então votar era privilégio apenas dos homens.  

         1935 o Brasil não possuía uma indústria automobilística. Nem se cogitava pela fundação da Petrobrás. A Exon e a Shel detinham o “monopólio” em prover o pais de gasolina e diesel. Estradas dignas em se transitar apenas havia a Rio São Paulo. Éramos fornecedores de “matéria prima” para o resto do mundo e comprovamos produtos industrializados.

            Londrina fundada no dia 21 de agosto de 1929 já existia! Desde 10 de Dezembro de 1934 era sede municipal”!  Seu imenso território municipal estendia para além das hoje cidades de Loanda ou Nova Londrina! Fazia fronteiras com os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul e com os Municípios de Guarapuava e Tibagi.  O sertanista Benevides Mesquita heroicamente encontrava-se preparando as glebas de onde surgiriam  as atuais cidade de Arapongas e Apucarana.

              Os moradores daquele pequeno povoado no ano de 1935 não ultrapassaria além de umas 600 almas., se tanto.  Não havia água encanada ou rede de esgoto, sequer energia elétrica.  Estradas na verdade eram  picadas que a Companhia de Terras ia abrindo entre as matas para a partição de seus lotes rurais. 
           
          Abria-se as atuais Ruas Duque de Caxias, Maranhão, Souza Naves, movimentada era a Rua 15 de Novembro, atual calçadão. Por ali se espremiam as casas próximas da Igreja Matriz, consagrada por D. Fernando Taddei, primeiro bispo diocesano de Jacarezinho ao Sagrado Coração de Jesus.

          Heróica gente! Havia nelas um sentimento de esperança e de progresso! Dizia-se que breve o trem parado em Jataizinho iria chegar na localidade! O trem! Sem estradas dignas desse nome era o principal veículo para transportar toda a produção agrícola da região. Transportar pessoas e seus pertences, prover o comércio de seus produtos.  A linha telegráfica que o acompanhava era a comunicação com o resto do mundo e do país.

          Todos olhavam com expecativa para aquela “Estaçãozinha” edificada ali onde hoje encontra-se o TERMINAL URBANO DE ÕNIBUS! Entre as Ruas Benjamin Constant com a Avenida Rio de Janeiro. Viam -se os trilhos já assentados e construía-se próximo do túnel, existente no pateo do museu a Casa do Chefe da Estação. Este o funcionário público de maior prestígio em qualquer localidade daquela época.

          No crepúsculo do dia 27 de Julho de 1935 corre célere a notícia por todo o povoado!  Amanhã o trem vai chegar em Londrina!  Engenheiro Willie Davids, Prefeito Municipal  com os Diretores da Cia. de Terras foram pernoitar em Jataizinho para no dia seguinte acompanharem a primeira locomotiva a atravessar a ponte sobre o Rio Tibagi.

          Amanhece 28 de Julho de 1935. Curiosos vão se reunindo no entorno da primeira Estaçãozinha, onde hoje, ergue-se o Terminal Urbano de Ônibus, alguns levam o seu “farnel”  As primeira horas da manhã são “frustantes”!... “Cadê o Trem”?...

       Ele começa a deixar a Estação de Jataizinho por volta das 11 horas daquela manhã. Vem devagar para que as autoridades e convidados possam observar em detalhes a ponte sobre o Rio Tibagi. Fantástica obra de engenharia há 80 anos recebendo todo tráfego ferroviário do Norte do Paraná sem que se registre sob ela qualquer problema!

       Quando todos já se encontram desapontados eis que ouvem um apito!!! É elaaaaa!... A Maria Fumaça! Baldwin 1910 fabricada em Nova York  anunciando sua chegada! Era perto de 3 horas da tarde! Ela finalmente desponta trazendo sobre si as Bandeiras Nacional do Brasil, o qual não mais existe, e da Inglaterra a qual ainda existe.  Fogos pipocam por toda a cidade! Finalmente “ela chegou...”

          81 anos depois, encontramo-nos diante de gerações as quais não viveram esse momento ou sequer sabem o que é hojeandar de trem e da sua importância. Diariamente transitam pelo terminal Urbano de ônibus sem saber que exatamente ali funcionou a partir de 1935 a primeira Estação Ferroviária de Londrina. Que a Avenida Leste Oeste já foi caminho do trem...

         Aqueles primeiros anos da fundação de Londrina os comparo sofridos como um “trabalho de parto”. Toda mulher sofre ao dar a luz a um ser humano todavia a “alegria” em sentir o seu rebento em seus braços as faz esquecer todos os seus padecimentos.

         Londrina não nasceu hoje e nem os que nela habitam hoje a edificaram. Assentamo-nos sob o sofrimento de brava gente pioneira, heróica, destemida, muitos dormem hoje no completo “anonimato”. Lutaram pela vida mas não conseguiram amealhar grandes fortunas mas viveram com “dignidade” sem esmolas de “bolsa escola”, “vale gás”, “bolsa família”...

         Proveram seu sustento com as próprias mãos e cantavam o HINO NACIONAL orgulhosos naquela época em serem “brasileiros”. Sequer imaginavam de que seu tão belo país deixaria de existir a partir de alguns de suas gerações.

         Muito do que aqui consignei ouvi de minha avó materna, de minha mãe e tias heróicas mulheres as quais  acompanharam meu avô, desde Belo Horizonte ao inóspito Norte do Paraná a partir do ano de 1924. Geraram um descendente o qual 81 anos depois, tenta perpetuar amemória dessa  brava gente, a qual a natureza já não fabrica mais. Peroro: 
       
                                               

    “Sem  fé  a  vida  perece.
      Sem amor ela sequer
      existe.”
     




Dado no silêncio dos termos do Museu de Geologia e Paleontologia
Território do Departamento de Geociências da UEL
Antigos termos da Fazenda do Dr. Mabio Palhano
“in fine” Calendas Júlia  de 2016  DC –                      
3. 3 6 9   anos de Memphis Annum da  AMORC      Rosae Crucis.


                                                                     28 de Julho de 2016

quarta-feira, 13 de julho de 2016

JOSÉ RICHA COM BETO RICHA ( HISTÓRIA DA SANEPAR )

OSVALDO MILITÃO - FOLHA DE LONDRINA.

Para a história da Sanepar

Ontem pela manhã, em Curitiba, o governador Beto Richa participou do ato em que a Sanepar fez a ligação de água de número 3 milhões. O movimento histórico pode ser relacionado a um outro fato marcante: em janeiro de 1974, a Sanepar realizou a primeira ligação de água em Londrina. Na época, José Richa era prefeito da cidade e o governador Beto Richa tinha aproximadamente oito anos de idade, e também participou da cerimônia. 

Divulgação
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O governador Beto Richa no ato histórico de ontem na Sanepar


Divulgação
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O governador do Paraná, ainda garoto, com o pai, José Richa, que era prefeito de Londrina em 1974

sexta-feira, 8 de julho de 2016

PATRIMÔNIO HEIMTAL DE LONDRINA

FOLHA DE LONDRINA.

Um passeio pela história do Patrimônio Heimtal

Principais pontos da tradicional comunidade localizada na zona norte serão percorridos no domingo

Fotos: Saulo Ohara
Capela São Miguel Arcanjo: palco de muitas celebrações que até hoje povoam as memórias dos pioneiros


Casa de madeira, construída em 1931, abrigava a Escola Alemã

Os traços alemães ainda estão por todo lado no Patrimônio Heimtal, na zona norte de Londrina. Uma das primeiras colonizações rurais formadas em Londrina ainda preserva muito de sua história, enraizada na cultura alemã. Parte dessas memórias serão relembradas pelo Circuito Histórico, uma caminhada que será realizada no próximo domingo (10), a partir das 8h30, e vai percorrer os principais pontos da tradicional comunidade. A ação é fruto de parceria entre o grupo de trilhas Londrinapé e a Secretaria de Municipal de Educação. 
O Heimtal foi selecionado por ser o primeiro núcleo rural marcante para o início da cidade de Londrina. E para começar o "tour" recheado de boas histórias, a passagem pela Escola Municipal Padre Anchieta é quase obrigatória. Por lá, ainda está de pé parte da construção de madeira levantada em 1931, quando foi fundada como Escola Alemã. A casa arquitetada ao estilo do país europeu hoje serve de anexo ao prédio de alvenaria construído posteriormente e que atende 460 alunos, a maioria filhos de moradores do próprio patrimônio. 
"A escola daquela época não era só escola, servia para encontros religiosos bailes e confraternizações. E nós, de certa forma, temos uma preocupação de manter pontos dessa tradição. Uma das coisas que a gente preserva é essa cultura muito forte antigamente de receber famílias inteiras aqui", citou o diretor da escola, Elias Vilas Boas, que está à frente da instituição há 14 anos. 
A escola, que completa 71 anos neste mês, mantém um trabalho de preservação de sua história e também do patrimônio. Um trabalho que vai detalhar a linha do tempo do patrimônio está em fase final de produção e tem previsão de término para o ano que vem. O processo de tombamento da antiga casa de madeira também está em andamento há mais de dez anos. "Aqui praticamente começou o ensino na cidade de Londrina e por isso brigamos muito pela preservação de tudo que resgatamos", pontuou o diretor. 

ACONCHEGANTE
Saindo da escola, vale também a conhecer a Capela São Miguel Arcanjo, erguida em 1933. A construção pequena, mas aconchegante, foi palco de muitas celebrações que até hoje povoam as memórias dos pioneiros. A ex-trabalhadora rural Nair Caponi Fatoleni, de 83 anos, até se emociona ao falar do cantinho onde faz suas preces e agradecimentos todas as semanas. "Essa Igreja é tudo na minha vida", resumiu. 
Ela foi uma das primeiras catequistas. "Tenho só uma filha, que casou e teve um casal de filhos. E hoje eles são do coral de cantos. É uma ligação muito forte", destacou. "Lembro que meu pai comprou um lampião e, como não tinha luz naquela época, ele levava para iluminar a igreja. Ele saía com o lampião pelas ruas e o pessoal vinha atrás, por que já sabia que era hora de ir para igreja", recordou a pioneira.

Rafael Souza
Reportagem Local

Moyses Leonidas JORNAL DO-MEIO-DIA TV TROPICAL

éramos uma espécie de voz da cidade, debatendo o nosso dia a dia! Achei essa foto do final dos anos oitenta, que é parte da história da televisão em Londrina. Compartilho com os amigos no face, e com uma grande parte dos eleitores daqui, e de todo norte do estado, que me mantiveram por longos anos na vida pública... Abraços!!!